Mestre Vitalino e artistas pernambucanos. Guacira Waldeck, ed. Rio de Janeiro: Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular, 2009. 48 pp.*

Avaliado por Lori Hall-Araujo

O Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular no Rio de Janeiro, Brasil, durante os meses de Dezembro de 2009 à Março de 2010, homenageou um dos artistas visuais mais reconhecidos de sua geração conhecido popularmente por Mestre Vitalino Pereira dos Santos (1909-1963). A exposição “Mestre Vitalino e artistas pernambucanos” incluía xilogravuras, esculturas em madeira e cerâmica feitas por ele e por outros artistas do Nordeste Pernambucano e podia ser retratada como “Arte Brasileira: do sertão à cidade.”

A antropóloga Guacira Waldeck, foi a responsável pela escrita e edição do catálogo da exposição na época. Suas considerações e textos sobre o impacto da obra de Mestre Vitalino na história das artes visuais brasileiras foram o maior trunfo desse breve catálogo. As muitas fotos que ilustravam o panfleto eram coloridas, porém pequenas e havia pouca informação contextual sobre os artistas e a arte pernambucana em geral.

No Brasil, durante os anos de 1930 e 1940, desenvolveu-se um grande interesse pelo folclore do país entre os artistas e intelectuais da época. Mario de Andrade, fundador do movimento de Arte Moderna, foi um dos grandes responsáveis pelo aumento da procura da arte Nordestina como uma arte distinta e repleta de estética autêntica. Para os Modernistas, a região do sertão Nordestino, era fonte direta de tradição e autenticidade brasileira. Esse mesmo interesse foi cultivado por estudiosos radicados nos EUA, como o antropólogo Gilberto Freire, que estudou na Columbia University com Franz Boas e René Ribeiro, que trabalhou com Melvile Herskovits na Northwestern University. Nos anos 60, Ribeiro publicou um catálogo que documentava o trabalho de Vitalino elevando o seu status de artesão anônimo para o de um artista figurativo de grande influência.

De acordo com o novo catálogo de Waldeck, a influência de Mestre Vitalino nas artes brasileiras não pode ser deixada de lado. Os elementos estéticos e o estilo simples de suas figuras retratadas descrevem o quotidiano da vida no Nordeste e podem ser vistas, com evidência, nas cerâmicas encontradas em lojas de souvenirs, feiras livres, galerias, museus e em lares brasileiros.

Traduzido por Roberta Crelier

Lori Hall-Araujo trabalhou como Gerente da Coleção de Indumentária do Chicago History Museum. Atualmente ela é candidata ao Doutorado no Departamento de Comunicação e Cultura da Indiana University. Seu foco de estudo concentra-se na vestimenta como prática corporal situada e sua pesquisa atual investiga o significado sócio-cultural de Carmen Miranda em diferentes ambientes sociais e.períodos da história.

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